domingo, 26 de setembro de 2010
Marcio Local - Soul do Samba - Clipe
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
TOUR CULTURAL MUSEU DE FAVELA
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Visitantes percorrem roteiros vivos, com apresentação de Rap, capoeira, break, coral, samba e relatos de memórias da comunidade Cerca de 30 visitantes, de crianças a estudantes e estrangeiros, tiveram a oportunidade de conhecer no último sábado (30) as memórias e expressões artísticas dos morros Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, na cidade do Rio de Janeiro, percorrendo a ONG Museu de Favela – MuF , um museu a céu aberto que busca agregar e fortalecer a cultura local, através do resgate da memória e cultura de seus moradores e que integra o projeto Pontos de Memória, coordenado pelo Departamento de Processos Museais do Instituto Brasileiro de Museus (DPMUS-IBRAM). Durante a concentração, os visitantes assistiram a um vídeo sobre a criação do museu e foram brindados com a apresentação de Rap do presidente do museu, ACME. De cima de uma laje, usando a música como instrumento de conscientização, o também grafiteiro e sócio-fundador e articulador do MuF deixou a mensagem da visão do museu – agregar a cultura , a história e toda a riqueza de idéias do morro. “O MuF quer encorajar essa galera a botar a cara e elevar a alma desse território museal de favela.” Jefferson Lessa, morador de Ipanema, diz participar pela segunda vez da visita-guiada ao MuF. Para ele, esta é a oportunidade de conhecer outros ângulos e realidades da cidade que parecem ocultos. “A iniciativa é uma forma de a comunidade abrir suas portas para quem não a conhece, tanto para os moradores do Rio quanto para os turistas.” A visitação, cujos roteiros foram elaborados a partir de pesquisas realizadas com a própria comunidade, foi dividida em dois percursos: Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, com duração de duas horas e meia e guias da própria comunidade. O grupo do Pavão-Pavãozinho passou pela estação do bondinho, inaugurado em meados de 80 no Governo Brizola , seguiu para Casa da Antônia, liderança do morro – o local funciona como uma lojinha da Rede MUF de artesãs e como a parada do chá medicinal. O percurso também passou pelo Bar do Dorico, localizado em um largo que é uma grande encruzilhada , utilizado como palco de apresentações culturais e como uma espécie de teatro de arena, pela laje da Valdete , que contempla uma vista privilegiada de Copacabana, com direito a sucos de diversos sabores, batida, água e refrigerante. Na volta, os visitantes conheceram a primeira igrejinha do morro e assistiram à apresentação da bateria mirim da comunidade. Já no trajeto Cantagalo, os guias conduziram os visitantes a pontos históricos, tais como a rua homônima a Haroldo Santos, um dos grandes ícones do samba carioca, a Casa do Adão Dãxalebaradã, que foi pai de santo e compositor de mais de 500 músicas sobre cultura afro-brasileira. Passaram pelo Forte - que funcionava como posto de radar e controle de tráfego de navios do exército no Forte de Copacabana. O percurso também contou com apresentação de uma roda de capoeira, do coral infantil Harmonicanto e de um grupo de break. Ao final, os visitantes ainda puderam conhecer e comprar os trabalhos artesanais e artísticos produzidos pelos moradores. O MuF, formado há dois anos por uma rede de parceiros, pode ser considerado o atual guarda-chuva cultural dos morros Pavão-Pavãozinho e Cantagalo - que reúne cerca de 20 mil moradores. Moradora do Cantagalo há três anos, a MC Isabel Cristina, também conhecida como Bebel do Gueto, diz que está vendo muitas mudanças positivas desde a atuação do museu. “O MuF tem mostrado novas oportunidades para a garotada, por meio da cultura e da arte, e também tem despertado nos visitantes um olhar bem diferente da favela do que é passado lá fora.” O italiano João Michel, professor de línguas, que está morando no Cantagalo há duas semanas, diz ter se surpreendido com a energia da comunidade. “As pessoas são vivas e calorosas, me sinto muito bem aqui.” Já Lúcio, instrutor de break e professor no Afro-Reggae, acredita que através da arte os moradores da comunidade estão se tornando referências. “Estamos fazendo história. O MuF é fundamental porque é vivo, assim como nossa dança. Sou da favela e me considero feliz. Daqui vejo o horizonte”. Para Ana Claudia, professora de eco-artesanato do MuF, o resgate da história da comunidade está acontecendo. “Moro aqui há 11 anos e eu não conhecia a própria comunidade.Agora, quando passo pelos becos hoje, tenho um outro olhar, uma outra visão e, como gosto muito de criar, já começo a viajar nas coisas que podem acontecer no futuro. Segundo o diretor do DPMUS – Ibram, Mário Chagas, que vem acompanhando todo o processo de atuação do museu, o MuF se insere com destaque importante na paisagem cultural da cidade do Rio de Janeiro. “O museu tem, ele mesmo, um olhar especial para a paisagem da cidade. Um diálogo entre montanhas e a cidade realizado a partir da ocupação humana. O DPMUS apóia e viabiliza no Brasil inteiro um conjunto de iniciativas comunitárias, que denominamos de museus sociais ou pontos de memória. O MuF, desde o primeiro momento, vem recebendo este apoio.” Ao final da visita, os visitantes foram convidados a preencher um formulário de avaliação, que servirá para o aperfeiçoamento da atuação do museu. Pontos de Memória – O projeto tem como objetivo apoiar a criação de museus comunitários em regiões metropolitanas do país, orientando e mobilizando as comunidades no sentido de apóias-las na reconstrução e proteção da memória social e coletiva a partir de seus moradores, suas origens, histórias e valores. . A expectativa é de que a iniciativa se transforme numa referência para a comunidade e num ponto de dinamização das atividades culturais e socioeducativas locais. A iniciativa é resultado de parceria entre os Programas Mais Cultura, do Ministério da Cultura, através do Ibram, e do Pronasci, do Ministério da Justiça, com apoio da Organização dos Estados Ibero-americanos - OEI. | ||||||
Fonte: Sara Schuabb, Ibram/MinC | ||||||
Data de Publicação: 05/02/2010 |
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
FAVELA É CIDADE
Publications
Book
Na crise, esperança e oportunidade, desenvolvimento como sonho brasileiro. João Paulo dos Reis Velloso (coordenador). Campus, Rio de Janeiro, 2009 [Fórum Especial - set/2009 ].
Este livro é uma compilação dos textos Fórum Especial, realizado nos dias 17 e 18 de setembro de 2009, cujo tema foi "Na crise - esperança e oportunidade, desenvolvimento como sonho brasileiro, oportunidade para as favelas" É dividido em quatro partes, além da introdução, de autoria do coordenador-geral do Fórum Nacional, João Paulo dos Reis Velloso, que sintetiza os pontos básicos focalizados no evento.
A primeira parte de "Na crise, esperança e oportunidade" deixa claro que, a partir de eficaz enfrentamento da crise global pelo Brasil, configuraram-se grandes oportunidades de transformação da economia e da sociedade, capazes de impulsionar o país para avançado patamar de desenvolvimento. Essas oportunidades, consolidadas em nova versão do Plano de Ação contra a Crise, iniciativa do Fórum Nacional e da Cúpula Empresarial, já haviam sido parcialmente analisadas no XXI Fórum Nacional de maio de 2009. Esse exame prosseguiu no Fórum Especial, consubstanciado em importantes contribuições de Luciano Coutinho, Benedicto Fonseca Moreira, Humberto Barbato, José Antonio Muniz, Adilson Antonio Primo, Antonio Corrêa de Lacerda, Francisco Eduardo Pires de Souza e Roberto Teixeira da Costa.
A segunda parte fornece visões de membros da Cúpula Empresarial e do Fórum Nacional sobre a nova versão do Plano de Ação, apresentadas por Luiz Fernando Furlan, Emilio Odebrecht, José Luiz Alquéres, Humberto Barbato, Roberto Kauffmann, Antonio Rego Gil, Miguel Colassuono e Marcílio Marques Moreira. Elas destacam aspectos relevantes do documento, apontando para um projeto de desenvolvimento para o Brasil na próxima década que tenha o Plano e Ação como referência.
A terceira parte do livro aborda o tema "Desenvolvimento como sonho brasileiro". É a ideia de que o Brasil poderá beneficiar-se de uma visão socialmente compartilhada e politicamente relevante de seu futuro: expressando-se no lema "Desenvolvimento com inclusão"; afirmando a igualdade fundamental entre as pessoas sem negar-lhes a diversidade - étnica, econômico-social, cultural; construindo sólida cultura política e sociedade ativa e emancipada; estendendo a todos os direitos políticos civis e sociais. O tema é apreciado em variados aspectos por Roberto Cavalcanti de Albuquerque, Aloizio Mercadante, Cezar Santos Alvarez, Marcio Pochmann, Raul Velloso e Aspásia Camargo.
A quarta e última parte trata de "Segurança pública e oportunidade para as favelas". O primeiro desses temas cabe ao general Alvaro de Souza Pinheiro, que discorre sobre o papel do Exército Brasileiro nas operações de garantia da lei e da ordem, especialmente nas grandes cidades. O segundo tema é objeto de depoimentos de expressivas lideranças das favelas do Rio de Janeiro: Itamar Silva•. (As favelas e as cidades), Rossino Diniz (Oportunidades para as favelas), Marcelo Radar (A favela, uma parte da cidade que muitos querem esquecida), Sidney "Tartaruga" Silva (Favela é cidade), Mônica Santos Francisco (Mulher, participação e favela), Cleonice Dias (Favela, Estado e políticas públicas), José Mário Hilário dos Santos (O Morro de Santa Marta). E conta com participação especial do economista Paulo Rabello de Castro (Favela e violência: a resposta do Cantagalo).
R.C.A.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
João Paulo dos Reis Velloso
PRIMEIRA PARTE - NA CRISE, ESPERANÇA E OPORTUNIDADE
Na crise, esperança e oportunidade
Luciano Coutinho
O que fazer para expandir as exportações de manufaturados
Benedicto Fonseca Moreira
O setor elétrico e eletrônico em 2020: uma estratégia de desenvolvimento
Humberto Barbato
O setor elétrico, oportunidade única
José Antonio Muniz
Desafios e oportunidades do pós-crise para a infraestrutura
Adilson Antonio Primo
As lições da crise para o Brasil
Antonio Corrêa de Lacerda
Da reativação da economia ao crescimento de longo prazo: a questão da competitividade e do câmbio
Francisco Eduardo Pires de Souza
Inserção internacional do Brasil, economia verde e mercado de capitais
Roberto Teixeira da Costa
SEGUNDA PARTE - "VISÕES SOBRE O PLANO DE AÇÃO CONTRA A CRISE (NOVA VERSÃO)
O Brasil em novo ciclo de prosperidade
Luiz Fernando Furlan
Uma agenda estratégica
Emílio Odebrecht
O Plano de Ação: o homem e as instituições em momento de mudança
José Luiz Alquéres
Precisamos que o Brasil seja também competitivo
Humberto Barbato
A crise pouco afetou a construção civil
Roberto Kauffmann
Panorama do setor de TIC no Brasil
Antonio Rego Gil
O desenvolvimento brasileiro e a matriz energética
Miguel Colasuonno
Plano de Ação contra a Crise?
Marcílio Marques Moreira
TERCEIRA PARTE - DESENVOLVIMENTO COMO SONHO BRASILEIRO
Sobre o "Sonho Brasileiro"
Roberto Cavalcanti de Albuquerque
Cenário promissor para o futuro do Brasil
Aloizio Mercadante
Inclusão digital, dimensão da inclusão social e da promoção da igualdade
Cezar Santos Alvarez
Revolução no embate das idéias e projeto de sociedade
Marcio Pochmann
Opção por crescer menos
Raul Velloso
Vinte e um anos em busca do sonho brasileiro
Aspásia Camargo
A segurança pública, o Exército brasileiro e as operações de garantia da lei e da ordem
Alvaro de Souza Pinheiro
As favelas e as cidades
Itamar Silva
Oportunidades para as favelas
Rossino Diniz
A favela, uma parte da cidade que muitos querem esquecida
Marcelo Radar
Favela é cidade
Sidney "Tartaruga" Silva
Mulher, participação e favela
Mônica Santos Francisco
Favela, Estado e políticas públicas
Cleoníce Dias
O Morro de Santa Marta
José Mário Hilário dos Santos
Favela e violência: a resposta do Cantagalo
Paulo Rabello de Castro
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
NOSSA ESCOLA É DO SAMBA.
Alegria da Zona Sul – Carnaval 2010
No Mundo da Fantasia, vejo as cores da Alegria
Primeiro ato – “No Mundo da Fantasia... O reino monocromático”
Era uma vez...
Em um tempo distante, um mundo que era dividido em reinos. Um destes era dos seres alados . Apesar de todos os habitantes possuírem a dádiva de voar e poder ver o mundo do alto, um sentimento estava perdido. Nele, as flores não mais desabrochavam, os sorrisos eram tímidos e a música se calara. Todos os habitantes deste reino pareciam se fundir às estáticas paredes e colunas de tão frio lugar. Era monocromático e a beleza da vida passava despercebida.
E foi assim por muito tempo...
Até que um dia, o rei e a rainha inconformados com a melancolia, se enchem de esperança e decidem enviar um mensageiro para percorrer o mundo em busca de algo que trouxesse um novo sentido a vida de todos.
vEntão, em seu último bailar, como por magia, dão vida a um gigantesco pássaro jamais visto. E este tem a missão de encontrar no mundo aquilo que havia se perdido deste reino...
Segundo ato – “No Mundo da Fantasia... A busca e o regresso”
Então começa sua longa jornada... Ele cruza os mares, chegando ao reino das águas , onde pode observar como se movimentam, sua suavidade e sua força, seus matizes de cores e sua harmonia, que por vezes se tornam bravias. Porém, nada neste encantador e misterioso reino parece ter sentido fora dali.
Do Reino do Frio ... ao calor do Reino dos trópicos . Dois locais distintos onde a natureza se mostra de forma excepcional.
No primeiro, as águas são congeladas pelo frio constante que transforma e molda a vida, deixando a natureza se mostrar de forma ímpar.
No segundo, as cores são exuberantes. Flores e frutas dão vida, cheiro e sabor inigualável.
Tudo é perfeito em seu lugar e nada pode ser retirado. Então ele prosseguiu sua viagem...
Passando por terras rústicas de sol forte e povo marcante, chega ao reino do barro, da terra e dos minerais . Reino exuberante de extensão gigantesca...
...Do ocidente ao oriente, em direção ao sol nascente, encontra com o reino do fogo , terra onde nasce o sol, que irradia luz, calor e esperança para todos. E este é o último reino visitado, finalizando a sua busca...
Em sua viagem passou por diversos lugares, conhecendo diferentes culturas e cores. Porém tudo se encaixava tão perfeitamente. Cada reino com sua magia, sua particularidade e nada podia ser levado.
Já cansado e sem encontrar o que buscava, decide retornar ao seu ponto de partida.
De volta ao seu reino... para junto a um campo de flores pálidas , comuns em sua terra, e para recuperar sua energias, suga o néctar da tímida flor, que não desabrochara por completo. Neste momento, como magia, a flor desabrocha liberando uma infinidade de cores que começam a colorir todo o seu Reino. Cores tão vibrantes que contagiam a todos, com um sentimento que até então estava esquecido.
Terceiro ato – “No Mundo da Fantasia... As coisas simples da vida”
A alegria explode em cores e ganha vida!
A melancolia se rende a alegria e logo todos do Reino percebem que ela sempre esteve ali, tão próxima que por vezes, não conseguiam enxergar. Tal sentimento reside no amanhecer de mais um dia, no desabrochar de uma flor, no bater das asas de uma borboleta , que colore o dia transitando de flor em flor; em um arco-íris , que após uma tempestade vem colorir o céu, enchendo a vida de alegria, e fazendo-nos ver que não há tempestade que dure para sempre e que a luz sempre volta a brilhar, enchendo a vida de esperança e cores.
A alegria está no poder do amor, que transforma e nos enche de vontade de dançar e cantar , no ritmo acelerado e cadenciado da bateria, que pulsa como um coração que bate fazendo música.
No singelo sorriso de uma criança , que mostra a pureza e a verdade espontânea.
Em pequenas coisas que por muitas vezes a correria do cotidiano nos faz deixar de enxergar.
A alegria está em viver e em vencer a cada dia.
Enfim, a alegria está nas coisas mais simples da vida e não precisamos dar a volta ao mundo para encontrá-la. Ela está ao nosso alcance, bem perto de nós... ou quem sabe, dentro de nós.
Quarto ato – “No Mundo da Fantasia... Vejo as cores da Alegria”
Que venham todos os reinos, pois hoje é dia de folia. Nesta festa que exalta a alegria, a música já não se cala, povo se agita e as cores se misturam. É carnaval!
Este Reino, antes monocromático e sem alegria, hoje esbanja felicidade e contagia o mundo de fantasia com esta mensagem de inconformismo, de perseverança, de amor, e principalmente, de alegria
Explodem os fogos da alegria e o rei da folia convida a todos para participarem desta festa.
E como por encanto faz renascer os antigos reis, que agora com suas vestes tingidas de cores, são símbolos da esperança de que a alegria no mundo jamais se acabará.
Nesta festa, a corte é recebida por arautos coloridos e oferecem um grande baile de máscaras , para mostrarem com orgulho o seu brasão .
No carnaval de 2010, criaremos um mundo de fantasia para que se destaquem as cores da alegria: palavra com sete letras que expressa a satisfação da emoção coletiva e o desejo da massa universal.
Alegria da Zona Sul – Carnaval 2010
No Mundo da Fantasia, vejo as cores da Alegria
Lane Santana
Alegria da Zona Sul
Carnaval 2010
www.gresalegriadazonasul.com.br
Samba Enredo do Carnaval 2010 COMPOSITORES |
É fantasia Passou por lugares exuberantes Cansado pousa num jardim O rei da folia convidou |
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
UPP no PPG!!!!!

30/11/2009 19:37h |
Estado ocupa complexo Pavão-Pavãozinho-Cantagalo |
Por Julia de Brito O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, disse nesta segunda-feira (30/11), em coletiva à imprensa, realizada na sede da secretaria, na Central do Brasil, que ‘tudo está muito bem planejado’ para que as Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) sejam gradativamente instaladas nas comunidades cariocas. Segundo Beltrame, no caso da ocupação policial ocorrida hoje pela manhã no morro Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, pelos cálculos da equipe de segurança, 11 mil pessoas serão beneficiadas. Nos próximos dias, de acordo com o secretário, com a ocupação já realizada, a secretaria estabelecerá as novas etapas da missão que incluem ocupação temporária (continuidade da prisão de traficantes e marginais), e a fase da entrada dos novos policiais com formação comunitária. Na manhã de hoje, 300 policiais participaram da ação que prendeu uma pessoa, matou outra (que reagiu à prisão) e apreendeu duas pistolas e quatro granadas. A previsão é de que 250 policiais treinados se estabeleçam nas comunidades de Copacabana e Ipanema no processo de instalação da unidade pacificadora. - A Polícia Militar iniciou mais uma ação para uma comunidade no projeto pacificação. Temos mais de 100 mil pessoas atendidas neste programa até agora. No Pavão–Pavãozinho e Cantagalo serão 11 mil pessoas beneficiadas. Nesta primeira fase começamos com uma ação mais intensa e, a partir da avaliação da rotina destes locais, vamos substituindo os policiais pelos capacitados para as UPPs. Já no ano que vem, teremos 3.300 policiais que serão colocados em outras unidades. Hoje, demos mais um passo e entendemos que fazer este planejamento, estabelecer toda uma logística para que isto aconteça, é fundamental - destacou. O secretário de Segurança garantiu que as operações continuarão e lembrou os resultados positivos registrados nas cinco comunidades que já receberam UPPs. Ele ressaltou que o objetivo maior da ação não é o de acabar com o tráfico de drogas e a violência, pois existem ‘em todo o mundo’, mas garantir o direito de ir e vir da população, longe da ‘lógica do fuzil’, ‘do achincalhe de marginais exibindo armas’. - A proposta não vai parar, é um aceno concreto de que nos preparamos para fazer isto e teremos um grande número de pessoas beneficiadas, pretendemos chegar a 30% das pessoas que sofrem hoje com a questão da lógica do território. Pode ser um número que as pessoas achem pequeno, mas 30% em dois anos, para quem nunca recebeu nada, é muito positivo. As unidades pacificadoras estão sendo a tônica da Secretaria de Segurança. É importante destacar que uma UPP pode atender mais de uma comunidade – acrescentou. De acordo com comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, no ano que vem a PM estará com um efetivo maior devido aos cursos que estão sendo realizados para capacitar policiais.
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segunda-feira, 23 de novembro de 2009
sábado, 21 de novembro de 2009
Zumbi e a Capoeira
Zumbi (Alagoas, 1655 — Viçosa, 20 de novembro de 1695) foi o último dos líderes do Quilombo dos Palmares.
A palavra Zumbi, ou Zambi, vem do africano quimbundo "nzumbi", e significa, grosso modo, "duende". No Brasil, Zumbi significa fantasma que, segundo a crença popular afro-brasileira, vagueia pelas casas a altas horas da noite;
Histórico
O Quilombo dos Palmares (localizado na atual região de União dos Palmares, Alagoas) era uma comunidade auto-sustentável, um reino (ou república na visão de alguns) formado por escravos negros que haviam escapado das fazendas, prisões e senzalas brasileiras. Ele ocupava uma área próxima ao tamanho de Portugal e situava-se onde era o interior da Bahia, hoje estado de Alagoas. Naquele momento sua população alcançava por volta de trinta mil pessoas.
Zumbi nasceu em Palmares, Alagoas, livre, no ano de 1655, mas foi capturado e entregue a um missionário português quando tinha aproximadamente seis anos. Batizado 'Francisco', Zumbi recebeu os sacramentos, aprendeu português e latim, e ajudava diariamente na celebração da missa. Apesar destas tentativas de aculturá-lo, Zumbi escapou em 1670 e, com quinze anos, retornou ao seu local de origem. Zumbi se tornou conhecido pela sua destreza e astúcia na luta e já era um estrategista militar respeitável quando chegou aos vinte e poucos anos.
Por volta de 1678, o governador da Capitania de Pernambuco cansado do longo conflito com o Quilombo de Palmares, se aproximou do líder de Palmares, Ganga Zumba, com uma oferta de paz. Foi oferecida a liberdade para todos os escravos fugidos se o quilombo se submetesse à autoridade da Coroa Portuguesa; a proposta foi aceita, mas Zumbi rejeitou a proposta do governador e desafiou a liderança de Ganga Zumba. Prometendo continuar a resistência contra a opressão portuguesa, Zumbi tornou-se o novo líder do quilombo de Palmares.
Quinze anos após Zumbi ter assumido a liderança, o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho foi chamado para organizar a invasão do quilombo. Em 6 de fevereiro de 1694 a capital de Palmares foi destruída e Zumbi ferido. Apesar de ter sobrevivido, foi traído por Antonio Soares, e surpreendido pelo capitão Furtado de Mendonça em seu reduto (talvez a Serra Dois Irmãos). Apunhalado, resiste, mas é morto com 20 guerreiros quase dois anos após a batalha, em 20 de novembro de 1695. Teve a cabeça cortada, salgada e levada ao governador Melo e Castro. Em Recife, a cabeça foi exposta em praça pública, visando desmentir a crença da população sobre a lenda da imortalidade de Zumbi.
Em 14 de março de 1696 o governador de Pernambuco Caetano de Melo e Castro escreveu ao Rei: "Determinei que pusessem sua cabeça em um poste no lugar mais público desta praça, para satisfazer os ofendidos e justamente queixosos e atemorizar os negros que supersticiosamente julgavam Zumbi um imortal, para que entendessem que esta empresa acabava de todo com os Palmares."
Zumbi é hoje, para determinados segmentos da população brasileira, um símbolo de resistência. Em 1995, a data de sua morte foi adotada como o dia da Consciência Negra. É também um dos nomes mais importantes da Capoeira[1].
A polêmica da escravidão pelas mãos de Zumbi
Alguns autores levantam a possibilidade de que Zumbi não tenha sido o verdadeiro herói de Palmares e sim Ganga-Zumba:
"Os escravos que se recusavam a fugir das fazendas e ir para os quilombos eram capturados e convertidos em cativos dos quilombos. A luta de Palmares não era contra a iniqüidade desumanizadora da escravidão. Era apenas recusa da escravidão própria, mas não da escravidão alheia.[...]"[2]
Segundo alguns estudiosos Ganga Zumba teria sido assassinado, e os negros de Palmares elevaram a categoria de chefe, Zumbi:
"Depois de feitas as pazes em 1678, os negros mataram o rei Ganga-Zumba, envenenando-o, e Zumbi assumiu o governo e o comando-em-chefe do Quilombo"[3]
Seu governo também teria sido caracterizado pelo despotismo:
"Se algum escravo fugia dos Palmares, eram enviados negros no seu encalço e, se capturado, era executado pela ‘severa justiça’ do quilombo"
Cronologia
- Mais ou menos em 1600: negros fugidos do trabalho escravo nos engenhos de açúcar, onde hoje são os estados de Pernambuco e Alagoas no Brasil, fundam na serra da Barriga o Quilombo dos Palmares. Os quilombos, eram povoados de resistência, seguiam os moldes organizacionais da república e recebiam escravos fugidos da opressão e tirania. Para muitos era a terra prometida, um lugar para fugir da escravidão. A população de Palmares em pouco tempo já contava com mais de 3 mil habitantes. As principais funções dos quilombos eram a subsistência e a proteção dos seus habitantes, e eram constantemente atacados por exércitos e milícias.
- 1630: Começam as invasões holandesas no nordeste brasileiro. O que desorganiza a produção açucareira e facilita as fugas dos escravos. Em 1644, houve uma grande tentativa holandesa de aniquilar com o quilombo de Palmares, que como nas investidas portuguesas anteriores, foi repelida pelas defesas dos quilombolas.
- 1654: Os portugueses expulsam os holandeses do nordeste brasileiro.
- 1655: Nasce Zumbi, num dos mocambos de Palmares, neto da princesa Aqualtune.
- Por volta de 1662 (data não confirmada): Criança ainda, Zumbi é aprisionado por soldados portugueses e levado a Porto Calvo, onde é "dado" ao padre jesuíta António Melo. Este o batizou com o nome de Francisco. Zumbi passou a ajudar nas missas e estudar português e latim.
- 1670: Zumbi aos quinze anos de idade foge e regressa a Palmares. Neste mesmo ano de 1670, Ganga Zumba, filho da Princesa Aqualtune, tio de Zumbi, assume a chefia do quilombo, então com mais de trinta mil habitantes.
- 1675: Na luta contra os soldados portugueses comandados pelo Sargento-mor Manuel Lopes, Zumbi revela-se grande guerreiro e organizador militar. Neste ano, a tropa portuguesa comandada pelo Sargento-mor Manuel Lopes, depois de uma batalha sangrenta, ocupa um mocambo com mais de mil choupanas. Depois de uma retirada de cinco meses, os negros contra-atacam, entre eles Zumbi com apenas vinte anos de idade, e após um combate feroz, Manuel Lopes é obrigado a se retirar para Recife. Palmares se estendia então da margem esquerda do São Francisco até o Cabo de Santo Agostinho e tinha mais de duzentos quilômetros de extensão, era uma república com uma rede de onze mocambos, que se assemelhavam as cidades muradas medievais da europa, mas no lugar das pedras haviam paliçadas de madeira. O principal mocambo, o que foi fundado pelo primeiro grupo de escravos foragidos, ficava na Serra da Barriga e levava o nome de Cerca do Macaco. Duas ruas espaçosas com umas 1500 choupanas e uns oito mil habitantes. Amaro, outro mocambo, tem 5 mil. E há outros, como Sucupira, Tabocas, Zumbi, Osenga, Acotirene, Danbrapanga, Sabalangá, Andalaquituche.
- 1678: A Pedro de Almeida, governador da capitania de Pernambuco, mais interessava a submissão do que a destruição de Palmares, após inúmeros ataques com a destruição e incêndios de mocambos, eles eram reconstruídos, e passou a ser economicamente desinteressante, os habitantes dos mocambos faziam esteiras, vassouras, chapéus, cestos e leques com a palha das palmeiras. E extraiam óleo da noz de palma, as vestimentas eram feitas das cascas de algumas árvores, produziam manteiga de coco, plantavam milho, mandioca, legumes, feijão e cana e comercializavam seus produtos com pequenas povoações vizinhas, de brancos e mestiços. Sendo assim o governador propôs ao chefe Ganga Zumba a paz e a alforria para todos os quilombolas de Palmares. Ganga Zumba aceita, mas Zumbi é contra, não admite que uns negros sejam libertos e outros continuem escravos. Além do mais eles tinham suas próprias Leis e Crenças e teriam que abrir mão de sua cultura.
- 1680: Zumbi assume o lugar de Ganga Zumba em Palmares e comanda a resistência contra as tropas portuguesas. Ganga Zumba morre assassinado com veneno.
- 1694: Domingos Jorge Velho e Bernardo Vieira de Melo comandam o ataque final contra a Cerca do Macaco, principal mocambo de Palmares e onde Zumbi nasceu, cercada com três paliçadas cada uma defendida por mais de 200 homens armados, após 94 anos de resistência, sucumbiu ao exército português, e embora ferido, Zumbi consegue fugir.
- 1695, 20 de Novembro: Zumbi foi traído e denunciado por um antigo companheiro, ele é localizado, preso e degolado aos 40 anos de idade. Zumbí ou "Eis o Espírito", virou uma lenda e foi amplamente citado pelos abolicionistas como herói e mártir.